quinta-feira, 7 de abril de 2011

A PSICOPATIA NAO TEM CURA

Massacre em escola publica do Rio de Janeiro, remonta massacres ocorridos em escolas dos EUA. A psicopatia nao tem cura.



a psicopatia pode considerar-se uma constelação de características aos níveis emocional, interpessoal e comportamental, conducente a um modo de funcionamento patológico, que pode resumir-se numa desordem emocional que potencia o risco para a emergência de comportamentos extremamente anti-sociais (blair, mitchell e blair, 2005).156
geralmente, os indivíduos com psicopatia demonstram uma ausência de ansiedade ou de depressão, o que parece contradizer o seu próprio discurso, no qual é frequente a manifes- tação de preocupações somáticas e, não raras vezes, a ameaça de suicídio, sem presença de qualquer quadro delirante (Kaplan, sadock e grebb, 2003). A manifestação de compor- tamento anti-social constitui uma das características fundamentais da psicopatia, embora nem sempre se verifique a prática criminosa (iria e barbosa, 2008). De um outro ponto de vista, a psicopatia é identificada como uma perturbação caracterizada pela presença de um padrão comportamental que encerra a manifestação de “menosprezo e violação” dos di- reitos das outras pessoas, que se inicia na infância ou na adolescência, tendo continuida- de na vida adulta. o diagnóstico de perturbação Anti-social da personalidade exige uma idade mínima de 18 anos, a par da presença de, pelo menos, três dos critérios seguintes: incapacidade de conformação às normas sociais no que respeita aos comportamentos le- gais; falsidade; impulsividade ou incapacidade de planeamento antecipado; irritabilidade e agressividade; desrespeito “temerário” pela própria segurança e pela dos demais; persistente irresponsabilidade; ausência de remorso (American psychiatric Association, 2002). contudo, outras características têm sido atribuídas ao funcionamento psicopático. Designadamente, a total ausência de afectos; a incapacidade de expressão de sentimentos; o estilo de vida assente no caos; o visível desconhecimento do que possa ser relevante na vida do outro; a clara tendência, maior do que a verificada na população geral, para revelar ausência de ansiedade, de culpa e de tensão emocional (prins, 1980).






saliente-se que também cleckley contribuiu muito para o conhecimento da psicopatia quando, em 1941, apresentou uma grelha interpretativa da perturbação, assente em 16 critérios de identificação e diagnóstico, entre os quais se encontram características como charme superficial, ausência de ansiedade, sentido de independência, desonestidade, ego- centrismo, fracasso no estabelecimento de relações íntimas, fracasso na aprendizagem atra- vés da punição, pobreza de emoções, incapacidade de percepção do impacte do próprio comportamento sobre os demais e fracasso no planeamento da acção. com base nas carac- terísticas apontadas por cleckley e apoiado nas suas observações clínicas, hare desenvolveu a “checklist” original, em 1980, tendo em vista a identificação da psicopatia (blair, mitchell e blair, 2005). Assim, a perturbação caracterizava-se, essencialmente, pelos seguintes aspec- tos: loquacidade/encanto superficial; egocentrismo/auto-avaliação grandiosa; necessidade de estimulação/tendência para o aborrecimento; mentira patológica; directividade/mani- pulação; falta de remorsos e de sentimentos de culpa; escassa profundidade de afectos; insensibilidade/falta de empatia; estilo de vida parasitário; ausência de controlo comporta- mental; comportamento sexual promíscuo; precocidade de problemas do comportamento; falta de metas realistas a longo prazo; impulsividade; irresponsabilidade; incapacidade de aceitação de responsabilidades pelos próprios actos; variadas relações maritais breves; de- linquência juvenil; revogação de liberdade condicional; versatilidade criminal (hare, 1985; hare e newmann, 2007). trata-se de uma lista de características que convergem com a psi- copatia como estrutura possuidora de três facetas inter-ligadas e apontadas por johnstone e cooke (2006). As referidas facetas compreendem um estilo arrogante e falso, um défice ao nível da vida afectiva, assim como um registo comportamental impulsivo e irresponsável. A escala, entretanto construída por hare e inicialmente constituída por 22 itens, foi poste- riormente revista e passou a constar de 20 itens, correspondentes às características listadas pelo autor (hare, 1985; hare e newmann, 2007). em ambas as versões do instrumento, a psicopatia foi apontada como sendo constituída por dois factores em correlação: um factor descritivo da constelação de sintomas de carácter clínico e, um segundo factor, relacionado com as condutas indicadoras de um estilo de vida anti-social. As revisões mais recentes
157
da escala têm procurado alargar os factores implicados no constructo de psicopatia, que passou a incluir três factores definidores: o estilo interpessoal arrogante e dissimulado; a de- ficiente “experienciação” de afectos; e a presença de impulsividade e de irresponsabilidade nos comportamentos do indivíduo (gonçalves, 1999; 2008).
também jessness criou um inventário multi-dimensional especificamente orientado para delinquentes, que se centra na avaliação das escalas seguintes (born, 2005): desadaptação social, referente a um processo de socialização mais ou menos adequado, sendo que o va- lor elevado desta escala denuncia um auto-conceito negativo e a presença de um senti- mento de se ser incompreendido; orientação para os valores das classes sócio-económicas inferiores, como um índice que avalia o receio do fracasso, a orientação para o “gang”, a valorização da dureza e o desejo precoce de um estatuto de adulto; autismo, que avalia a maior ou menor tendência para distorcer a realidade em função dos próprios desejos e ne- cessidades; alienação, referente ao afastamento relativamente aos outros, particularmente no que respeita a figuras de autoridade; agressividade manifesta, associada à percepção de certos sentimentos e emoções como a cólera e a frustração, com clara tendência para o indivíduo facilmente emitir respostas em função dessas emoções; retirada, como indi- cador de uma tendência para o isolamento e para a fuga passiva, num registo de fictícia satisfação consigo e com os outros; ansiedade social, com manifestação da presença de um desconforto relativo às relações inter-pessoais e de sensibilidade à crítica; recalcamento, reflectindo uma exclusão de sentimentos e de emoções, bem como uma possível incapaci- dade em identificá-los; e recusa, relativamente à dificuldade de reconhecimento e de gestão das contrariedades do quotidiano. repare-se na variedade de definições de psicopatia, bem como na diversidade de critérios de diagnóstico e de parâmetros de avaliação concebidos por díspares autores. Atente-se, também, ao facto de se encontrar uma predominância de factores individuais na caracterização da perturbação. efectivamente, diferentes análises ao comportamento evidenciado por sujeitos diagnosticados com psicopatia têm-se focalizado em aspectos diversos mas igualmente individuais, como os factores genéticos (carey e gol- dman, 1997; mednick, gabrielli e hutchings, 1983), os neurobiológicos (ferris e Vries, 1997), os neuroquímicos (berman, Kavoussi e coccaro, 1997), os psicofisiológicos (raine, 1997) e os psicológicos (Dodge, pettit, mcclaskey e brown, 1986; Yochelson e samenhow, 1976), espe- cialmente no âmbito da personalidade criminal (eysenck e eysenck, 1970; le blanc, 1997), a par de aspectos que se desviam da esfera individual, como os sociológicos (sutherland, cressey e luckenbill, 1992; hirschi, 2002). Assim sendo, pode depreender-se que a psicopatia acaba por ser alvo de díspares interpretações, em função do país, das respectivas leis e “tradi- ções” científicas (gonçalves, 1999; 2008). não obstante, nas diferentes abordagens verifica-se a inclusão de certas características que ligam a perturbação à prática criminosa. Às múltiplas definições de psicopatia, juntem-se os diferentes factores explicativos sobre a sua origem, entre os quais se encontram explicações de carácter genético (cadoret, leve e Devor, 1997), neurológico (raine, brennan, mednick e mednick, 1996), resultantes da interacção entre ge- nes e meio (cadoret, trouyghton, bagford e Woodworth, 1998), atribuídas às interacções familiares (hoeve, blokland, Dubas, loeber, gerris e Van der laan, 2008), relacionadas com os níveis de neurotransmissores (moore, scarpa e raine, 2002), com factores de cariz social (baumer e gustafson, 2007; cernkovich, lanctôt e giordano, 2008), bem como com tantos outros factores que, efectivamente, não podem considerar-se determinantes, ainda que contribuam para o desenvolvimento de um tal registo de funcionamento.
4. NOTAs CONCLusIVAs
em suma, pode afirmar-se que existem situações em que o delito é executado por indiví- duos que padecem de psicopatologia, nomeadamente de psicopatia. contudo, é funda- mental ter em conta que a presença de psicopatia no indivíduo é, certamente, atravessada por outras variáveis que terão, também, concorrido para a adopção de comportamentos criminosos. por outro lado, o delito não ocorre exclusivamente entre indivíduos portadores de psicopatia, além de que nem todos os sujeitos diagnosticados com essa perturbação co- metem, forçosa e necessariamente, actos criminosos. É igualmente importante ter em aten- ção que o diagnóstico de psicopatia não implica a irresponsabilidade penal do indivíduo pelo acto praticado, sendo de salientar que, na maioria das vezes, o ofensor com psicopatia é responsabilizado legalmente pelas suas acções.
Das díspares abordagens à psicopatia é possível retirar uma multiplicidade de factores impli- cados no fenómeno, sendo imperativa a consideração de factores individuais que, atraves- sados por elementos externos ao indivíduo, concorrem para a instalação e desenvolvimento de um tal modo de funcionamento. De salientar que a história evolutiva do conceito se apresenta recheada da procura de determinantes que se revelam falaciosos, não sendo pos- sível identificar um factor etiológico. Assim, entre a visão médico-psiquiátrica e a tipificação comportamental atribuída pelo sistema jurídico-legal ao comportamento criminoso, existe uma multiplicidade de elementos interactivamente implicados que, ao que parece, devem considerar-se de forma integradora nas abordagens à psicopatia. não obstante, nos diferen- tes pontos de vista dos díspares autores, encontrar-se-ão elementos que parecem convergir, como é o caso da presença de uma predisposição temperamental que, não sendo deter- minante, pode abarcar as componentes biológica, psicológica e social. uma tal tendência temperamental será também afectada por todo o processo de desenvolvimento do sujeito, de estruturação da sua personalidade, nomeadamente, em termos de socialização, na qual se poderá incluir o estilo relacional e de afectos a que o indivíduo terá sido exposto desde tenra idade. Assim, é essencial um registo de busca holística e integral do modo de funcio- namento gerado e, simultaneamente, gerador dos aspectos subjacentes à psicopatia e às características mais frequentemente manifestadas por estes indivíduos.
BIBLIOGRAFIA
AMERICAN PSyCHIATRIC ASSOCIATION. (1980). DSM-III. Diagnostic and statistical manual of mental desorders. Waschington D c, American psychiatric Association. AMERICAN PSyCHIATRIC ASSOCIATION. (2002). DSM-IV-TR. Manual de diagnóstico e esta- tística das perturbações mentais (5a ed.; j. Almeida, trad.). lisboa, climepsi editores. (original publicado em 2000).
BAUMER, E. E GUSTAFSON, R. (2007). social organization and instrumental crime: Assessing the empirical validity of classic and contemporary anomie theories. In: Criminology, 45, no 3, pp. 617-663. BERMAN, M.; kAVOUSSI, R. E COCCARO, E. (1997). neurotransmitter correlates of human aggression. In: stoff, D.; breiling, j. e maser, j. (eds.). Handbook of antitisocial behaviour. oxford, john Wiley and sons, pp. 305-313.
BLAIR, J.; MITCHELL, D. E BLAIR, k. (2005). The psychopath: Emotion and the brain. san fran- cisco, blackwell publishing. BORN, M. (2005). Psicologia da delinquência (m. boléo, trad.). lisboa, climepsi. (original pu- blicado em 2003).
158
159
BRATUS, B. (1990). Anomalies of personality. san francisco: crc press. CADORET, R.; LEVE, L. E DEVOR, E. (1997). genetics of aggressive and violent behavior. In: Psychiatric Clinics of North America, 20, no 2, pp. 301-322. CADORET, R.; TROUGHTON, E.; BAGFORD, J. E WOODWORTH, G. (1990). genetic and en- vironmental factors in adoptee antisocial personality. In: European Archives of Psychiatry and Clinical Neuroscience, 239, no 4, pp. 231-240. CAREy, G. E GOLDMAN, D. (1997). the genetics of antisocial behavior. In: stoff, D.; breiling, j. e maser, j. (eds.). Handbook of antitisocial behaviour. oxford, john Wiley and sons, pp. 243-254. CERNkOVICH, S.; LANCTôT, N. E GIORDANO, P. (2008). predicting adolescent and adult antiso- cial behaviour among adjudicated delinquent females. In: Crime and Delinquency, 54, no 1, pp. 3-33. CORDEIRO, J. (2003). Psiquiatria forense. lisboa, fundação calouste gulbenkian. DODGE, k.; PETTIT, G.; MCCLASkEy, C. E BROWN, M. (1986). social competence in chil- dren. In: Monographs of the Society for Research in Child Development , 51, no 2, pp. 1-85. EySENCk, H. E EySENCk; S. (1970). crime and personality: an empirical study of the three factor theory. In: British Journal of Criminology, 10, pp. 225-239. FERRIS, C. E VRIES, G. (1997). ethological models for examining the neurobiology of aggres- sive and affiliative behaviors. In: stoff, D.; breiling, j. e maser, j. (ed.). Handbook of antisocial behaviour. oxford, john Wiley and sons, pp. 255-268. GONçALVES, R. (2008). Delinquência, crime e adaptação à prisão (3a ed.). coimbra, Quarteto editora. GONçALVES, R. (1999). Psicopatia e processos adaptativos à prisão. braga, centro de estudos em educação e psicologia do instituto de educação e psicologia da universidade do minho. GUN, J. (2003). psychopathy: An exclusive concept with moral overtones. In: millon, t.; si- monsen, e.; birket-smith, m. e Davis, r. (eds.). Psychopathy: Antisocial, criminal, and violent behaviour. new York, guilfors press, pp. 32-39. HARE, R. (1985). Psychopathy check-list revised. canadá, psychology Department university of british columbia. HARE, R. E NEWMANN, C. (2007). the pcl-r assessment of psychopathy. Development, structural properties, and new directions. In: patrick, c. (ed.). Handbook of psychopathy. new York, guilford press, pp. 58-88. HARE, R.; COOkE, D. E HART, S. (1999). psychopathy and sadistic personality disorder. In: millon, t.; blaney, p. e Davis, r. (eds.). Oxford textbook of psychopathology (2a ed.). new York, oxford university press, pp. 555-584. HART, S. E HARE, R. (1997). psychopathy: Assessment and association with criminal con- duct. In: stoff, D.; breiling, j. e maser, j. (eds.). Handbook of antisocial behaviour. oxford, john Wiley and sons, pp. 22-35. HERVÉ, H. (2006). psychopathy across the ages: a history of the hare psychopath. In: hervé, h. e Yuille, j. (eds.). The psychopath. Theory, research, and practice. united Kingdom, routledge, pp. 31-56. HIRSCHI, T. (2002). Causes of delinquency. (With a new introduction by the author). new jersey, transaction publishers. HODGINS, S. (2006). crime, comportamento anti-social e esquizofrenia: um tema descu- rado. In: fonseca, A.; simões, m.; simões, m. e pinho, m. (eds.). Psicologia forense. coimbra, edições Almedina, pp. 137-172. HOEVE, M.; BLOkLAND, A.; DUBAS, J.; LOEBER, R.; GERRIS, M. E VAN DER LAAN, P. (2008). trajectories of delinquency and parenting styles. In: Journal of Abnormal Child Psychology, 36, no 2, pp. 223-235. IRIA, C. E BARBOSA, F. (2008). Psicopatas criminosos e não criminosos. Uma abordagem neu- ropsicológica. porto, livpsic.
160
JOHNSTONE, L. & COOkE, D. J. (2002). psicopatologia dos pais e comportamento anti- social dos filhos. In: fonseca, A. (eds.). Comportamento anti-social e família. Uma abordagem científica. coimbra, livraria Almedina, pp. 317-343.
JOHNSTONE, L. & COOkE, D. J.(2006). traços de psicopatia na infância: operacionalização do conceito e sua avaliação. In: fonseca, A.; simões, m.; simões, m. e pinho, m. (eds.). Psicolo- gia forense. coimbra, edições Almedina, pp. 401-436. kAPLAN, H.; SADOCk, B. E GREBB, J. (2003). Compêndio de psiquiatria. Ciências do com- portamento e psiquiatria clínica (7a ed.; D. batista, trad.). são paulo, Artmed editora. (original publicado em 1994).
LAHEy, B. E LOEBER, R. (1997). Attention-Deficit/hyperactivity Disorder, oppositional De- fiant Disorder, conduct Disorder, and adult antisocial behavior: A life span perspective. In: stoff, D.; breiling, j. e maser, j. (eds.). Handbook of antisocial behaviour. oxford, john Wiley and sons, pp. 51-59.
LE BLANC, M. (1997). A generic control theory of the criminal phenomenon: the structural and dynamic statements of an integrative multilayered control theory. In: thornberry, t. (ed.). Developmental theories of crime and delinquency. london, transaction publishers, pp. 215-286. LykkEN, D. (1995). The antisocial personalities. united Kingdom, routledge.
LykkEN, D. (2007). psychopathic personality. the scope of the problem. In: patrick, c. (ed.). Handbook of Psychopathy. new York, guilfors press, pp. 3-13. MEDNICk, S.; GABRIELLI, W. E HUTCHINGS, B. (1983). genetic influence in criminal beha- viour: evidence from adoption cohort. In: Van Dusen, K. e mednick, s. (eds.). Prospective stu- dies of crime and delinquency. new York, springer, pp. 39-56.
MOORE, T.; SCARPA, A. E RAINE, A. (2002). A meta-analysis of serotonin metabolite 5-hiAA and antisocial behaviour. In: Aggressive Behavior, no 28, pp. 299-316. NEDOPIL, N.; HOLLWEG, M.; HARTMANN, J. E JASER, R. (1998). comorbidity of psychopa- thy with major mental disorders. In: cooke, D.; forth, A. e hare, r. (eds.). Psychopathy: Theory, research and implications for society. new York, springer, pp. 257-268.
PRATT, J. (1997). Governing the dangerous: Dangerousness, law and social change. Australia, federation press. PRINS, H. (1980). offenders, deviants, or patients? na introduction to the study of social- forensic problems. london, taylor & francis.
RAINE, A. (1997). Antisocial behaviour and psychophysiology: A biosocial perspective. In: stoff, D.; breiling, j. e maser, j. (eds.). Handbook of antitisocial behaviour. oxford, john Wiley and sons, pp. 289-304. RAINE, A.; BRENNAN, P.; MEDNICk, B. E MEDNICk, S. (1996). high rates of violence, crime, academic problems, and behavioral problems in males with both early neuromotor deficits and unstable family environments. In: Archives of General Psychiatry, 53, no 6, pp. 544-549. ROESCH, R. (2006). responsabilidade criminal e competência para participar no próprio jul- gamento. In: fonseca, A.; simões, m.; simões, m. e pinho, m. (eds.). Psicologia forense. coimbra, edições Almedina, pp. 173-201.
ROTGERS, F. E MANIACCI, M. (2005). Antisocial personality disorder. An introduction. In: rotgers, f. e maniacci, m. (eds.). Antisocial personality disorder. A practitioner’s guide to compa- rative treatments. new York, spriger publishing company, pp. 1-7. SHINE, k. (2000). Psicopatia (f. ferraz, trad.; 3a ed.). são paulo, casa do psicólogo. (original publicado s/d).
SMITH, C. A. E FARRINGTON, D. P. (2004). continuities in antisocial behavior and parenting across three generations. In: Journal of Child Psychology and Psyquiatry, 45, no 2, pp. 230-247. SUTHERLAND, E.; CRESSEy, D. E LUCkENBILL, D. (1992). Principles of criminology (11a ed.). lanham, rowman Altamira.
161
WIDIGER, T. E CORBITT, E. (1997). comorbidity of Antisocial personality Disorder with other personality Disorders. In: stoff, D.; breiling, j. e maser, j. (eds.). Handbook of antisocial beha- viour. oxford, john Wiley and sons, pp. 75-82. yOCHELSON, S. E SAMENHOW, S. (1976). The criminal personality. london, jason Aronson.


At least 11 dead in massacre at Rio de Janeiro school

Apr 7, 2011, 15:46 GMT
Rio de Janeiro - At least 11 people, mostly children, died Thursday and more that 15 were wounded when an armed man attacked a school in Realengo in the poor suburbs of Rio de Janeiro.
Police initially said that 13 people had died, but Rio de Janeiro's Health Ministry later lowered the death toll.
According to a preliminary police report, the attacker - a 24- year-old former student at the school - was among the dead after shooting himself in the head. He attacked Tasso da Silveira school, where some 400 students ages 9-14 were in classes.
Police Colonel Djalma Beltrami said the killer used two handguns and a lot of ammunition. The suspect left behind a letter, in which he anticipated committing suicide after the attack. Beltrami, however, gave no details of any possible motive.
Beltrami described the letter as 'the words of a person who no longer believes in anything, full of sentences that made no sense and references to Islamic fundamentalism.'
Beltrami said the attacker was friendly as he went into the school, chatting with administrators and teachers and asking for permission to address the children. When he reached the third floor of the building, the suspect entered one of the classrooms and started to shoot at students, killing nine girls and one boy.
The attacker apparently committed suicide upon being chased by a police officer who had been called in by a student who managed to escape the building.
Brazilian President Dilma Rousseff was 'in shock' over the killings, government spokesman Rodrigo Baena Soares said in Brasilia.
'He still had a lot of ammunition in his possession. Had it not been for the arrival of the police officer, the tragedy would have been even worse,' Beltrami said.
Roselane de Oliveira, a sister of the attacker, told Rio de Janeiro radio station Band News that the young man 'was very strange.'
'He had no friends, and he spent all his time on the Internet,' she said.
In recent months, she said, he appeared to have got closer to Islam.
Police stressed, however, that there was no concrete evidence that the attack had either a religious or a political motive.

Nenhum comentário:

Postar um comentário